Estou me desapaixonando, por você.
Já não é aquela ardência,
Aquele fogo vivo, que existe,
às vezes vai, mas volta.
O seu jeito está me acalmando, agora.
Minha normalidade está de volta
E talvez seja, este, meu último poema.
Última confissão de um réu.
As coisas estão parecendo adaptáveis
E tranquilas, como a água.
Amo muitas coisas, pessoas e ideias,
Como seu convite, para morarmos na lua.
Mas, se me perguntar, direi “não te amo”.
Não amo coisas à primeira vista.
Acredito que necessita-se de um vínculo
Afetuoso mais longo que um breve momento,
Para amar algo ou alguém.
Na verdade, o mais importante
É que posso te amar e espero que
Me permita, algum dia, fazê-lo.
Por isso e para que seja possível,
Estou me desapaixonando.