Hoje, quando pisei na
rua, começou a tal precipitação. Não era ansiedade, era chuva
mesmo. Mas não uma chuva qualquer, pois era um “pé d'água”
daqueles. Não vendo um motivo para voltar, fui ao mercado.
Se fosse outra pessoa,
certamente teria voltado correndo pra casa, utilizado a chuva como
desculpa e ter feito algo rotineiro, como assistir à TV sob um
cobertor. E esse é o problema da maioria das pessoas hoje em dia: Entregarem-se à rotinas.
Todos deviam ter um
professor como John Keating (do filme Sociedade dos Poetas Mortos),
sempre incentivando seus alunos a aproveitar o dia, a vida, ao
máximo. “Carpe diem” é o melhor despertador para celular que
alguém poderá, algum dia, inventar.
Se você parar por
alguns segundos e prestar atenção verá que, mesmo você não
fazendo coisa alguma, sempre há algo acontecendo: Uma borboleta
voando, um casal se beijando, a uma acerola caindo do pé, etc.
Coisas acontecem mesmo sem você ver, e isso vai desde nano-reações
eletrônicas até o surgimento de uma nova galáxia à quintilhões
de anos luz da Terra.
Ah! E em relação à
chuva, as garotas são as mais frescas. “Fez chapinha, linda”? É
o seguinte, você não é linda só por causa da sua chapinha. Tome
um banho de chuva. E não diga que está toda ensopada porque teve de
atravessar a rua na chuva, mas porque você é capaz de sentir a água
e de se molhar. Isso também vale para garotos, para adultos e
velhos.
Estou molhando as
teclas de minha máquina, pois estou escrevendo isso após voltar do
mercado. E digo uma coisa, o caminho todo valeu a pena, até mesmo os
xingamentos que proferi ao pisar numa fétida defecação canina!
Você, pessoa que está
a ler/ouvir esse texto, quando terminar não fique apenas com a ideia
de Carpe Diem na cabeça. Vá aproveitar o dia, vá ver coisas novas,
conheça pessoas diferentes. Faça “o que lhe der na telha”! Seja
atento e humilde para perceber, aprender, sentir, e ver coisas que
não conheça. E se não sabe por onde começar, que tal começar por
um banho de chuva?
2 comentários:
Alexandre, é incrível a sua capacidade de organização das palavras para exprimir suas ideias e/ou sentimentos. Sempre de forma clara e objetiva e de quebra bem poética.
John Alexandre Keating!
Mesmo como um convicto amante das quebras de rotina e um clerigo carpedieniano, sua epifania sob o mar em gotas inflamou ainda mais o meu desejo pelo novo, pela aventura, pelo redescobrimento da realidade, pelo ignorado realismo fantástico em que estamos imersos.
Muitos escrevem para que muitos leiam, mas são poucos os que escrevem para que muitos sintam. Muito bom!
Carpe diem quan minimum credula postero!
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